Atualizado às 16h34min.

RIO CLARO
O estado do Rio tem 38 quilombos reconhecidos pela Fundação Cultural Palmares. Uma dessas comunidades é a de Alto da Serra, que fica em Lídice, distrito de Rio Claro/RJ, no Sul do estado do Rio. Ao invés da degradação, eles escolheram atuar ativamente na conservação ambiental, com ajuda do programa “Produtores de Água e Floresta” (PAF), do Comitê Guandu-RJ.
O PAF, que reúne apoio técnico e de insumos para conservação e recuperação ambiental, o pagamento por serviços ambientais (PSA) e, principalmente a conscientização e mudança de atitude da população local, é um exemplo consolidado, modelo para projetos dentro e fora do país.
Formada pelos descendentes dos trabalhadores negros que, na primeira metade do século XX, produziam carvão vegetal no Vale do Paraíba Fluminense. A comunidade é composta por 45 famílias que vivem no local.
Segundo Benedito Bernardo Leite Filho, o Sr Bené, ex-presidente da associação quilombola e líder comunitário, além da recuperação da mata, preservação e controle de efeitos naturais como enchentes, o PAF gera hoje à região, através do programa de PSA, pouco mais de dez mil reais ao ano, que são usados pela associação para melhorias que visam o coletivo e o desenvolvimento local.
– Através da associação que representa a comunidade, nós adquirimos insumos ou objetos de uso comum e até realizamos evento, como no dia das crianças, para as crianças e adolescentes do Alto da Serra – explicou.
Com os recursos, a comunidade reformou e ampliou, há alguns anos, duas salas da Escola Municipalizada Rio das Pedras e, após a iniciativa, a prefeitura de Rio Claro/RJ ativou a unidade que hoje atende crianças de toda aquela região rural. (Foto: Divulgação).
Na última quarta-feira, dia 14, ocorreu o pagamento dos 74 produtores que participam do PAF em Rio Claro/RJ, que já resultou na recuperação de mais de mil hectares de floresta e na conservação de mais quatro mil hectares, trazendo melhoria da qualidade e quantidade de água na Bacia do Guandu-RJ, que abastece mais de nove milhões de pessoas na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Hoje, o Comitê Guandu-RJ ampliou o programa levando-o para a sub Bacia de Sacra Família, onde a meta é a conservação de mil hectares de florestas e a restauração de cinquenta hectares de áreas antrópicas, gerando renda a produtores de dos municípios de Mendes, Engenheiro Paulo de Frontin e Vassouras.