
ESPECIAL
VOLTA REDONDA
Atualizado às 13h26min.
Não sei se você que está lendo essa matéria sabe, mas o Cemitério Municipal de Volta Redonda Bom Jardim Isidorio Ribeiro não tem mais sepultura para enterrar ninguém. Agora, qualquer família que não tem condições de pagar um cemitério particular, não consegue mais enterrar um parente em uma sepultura tradicional. Quem morre em Volta Redonda hoje vai para o temido “gavetão”.
Há pouco mais de cinco anos, que a maioria dos sepultamentos não são feitos em uma lapide tradicional. Somente quem tem há muito tempo uma sepultura comprada é que talvez consiga. A prefeitura nem toca no assunto, desde o governo passado e o atual, de tentar encontrar outra área para instalar um novo cemitério. Nosso portal conseguiu um dado da funerária municipal, que aponta que no mês de abril deste ano, das quase 300 mortes na cidade até o momento, pouco mais de 10% foram realizados no cemitério público. O restante todos foram em um cemitério particular. Ainda houve aumento de taxas para caixão e traslado de corpo na cidade. O reajuste foi comentado na Câmara de Vereadores essa semana.
A falta de sepulturas é apenas um dos problemas do cemitério público. Falta iluminação, segurança e melhores condições de trabalho para os coveiros. Nossa equipe esteve no cemitério e conversou com os servidores, que não serão identificados porque temem represálias. Entre os problemas está a falta de EPI’s, horário extensos e falta de segurança no local. Um dos coveiros já foi assaltado no local e outros já presenciaram roubo e furtos dentro desse que é um dos maiores cemitério públicos da região.
– A noite aqui é uma escuridão total. A gente que trabalha aqui fica com medo e se for ter um velório aqui a noite é muito perigoso. Um colega foi assaltado a pouco tempo aqui saindo do trabalho. Não vem uma viatura da PM, Guarda Municipal… nada – cobra o coveiro. O local fica no meio de bairros em que está presente a atuação de facções criminosas. Sem falar que o local vira ponto de consumo de drogas pela falta de policiamento e segurança.
Em novembro de 2020, um jovem, de 21 anos, morreu dentro do cemitério durante um velório, a luz do dia. Um homem armado invadiu o local e disparou várias vezes contra Jonathan Fabiano Augusto de Almeida. Ele acompanhava o enterro de um amigo, também morto a tiros, em Barra Mansa. O atirador foi preso e responde pelo crime. O incidente mostrou que o local não tinha segurança adequada. No dia, motoboys ainda faziam uma homenagem ao rapaz que estava sendo velado e o local estava cheio, mesmo durante a pandemia.
Equipamentos de Proteção
