Atualizado às 17h06min.

MÁRCIO MOUTINHO ABDALLA
Ensinando Planejamento Estratégico em cursos de administração desde 2006, vez enquanto vejo-me frustrado com a falta de planejamento das pessoas, não em organizações, mas em seus respectivos cotidianos.
Os versos de uma famosa música brasileira ajudaram a popularizar o bordão “deixe a vida me levar”, que reforça esse problemático comportamento. Não é que as pessoas não possam se permitir “viver” momentos não programados, até porque isto também é muito importante para a alma. O problema é quando deixamos de pensar (e planejar) o futuro das coisas estratégicas para a vida.
A capacidade de vislumbrar cenários futuros é uma das mais incríveis habilidades humanas, que nos faz, de fato, diferentes. Não usar plenamente esta capacidade é jogar fora uma verdadeira dádiva. Mesmo quem não se preocupa com o planejamento, o faz inconscientemente, sobretudo com fins de satisfazer desejos pessoais, a exemplo da programação de uma festa, de um casamento, de uma viagem, de um curso ou de um bem que se deseja adquirir.
Contudo, esses pequenos planejamentos deixam de ser plenos, quando pensamos somente em seus fins, ou seja, em seus objetivos finais, e nos esquecemos dos meios pelos quais precisamos nos valer para alcança-los. Sim, estou falando das etapas a percorrer, dos recursos a empregar e dos desdobramentos após alcançarmos os objetivos.
Por exemplo, quando decidimos ingressar numa faculdade, costumamos pensar no curso em si, e em sua concretização. Na maior parte das vezes, não pensamos no percurso, tampouco nos desdobramentos após alcançarmos o aludido objetivo. Elementos como: “o que farei ao longo do meu curso?” “Como manterei meus estudos?” “E se eu (ou meus responsáveis) for demitido de meu emprego, como custearei minha permanência?” Refletem preocupações com o percurso a ser trilhado; ao passo que elementos como: “para que servirá este curso?” “O que pretendo com ele?” “Como é o mercado de trabalho?” “Estarei feliz sendo este profissional?” refletem os desdobramentos após alcançarmos o objetivo almejado. Para cada situação dessas, pensar em alternativas (planos “b”, “c”… “z”!) é sempre um caminho virtuoso.
Questões semelhantes devem estar presentes, sobretudo em decisões da vida, em especial àquelas que impactam no longo prazo. Por exemplo, ao fazermos dívidas de longo prazo, ao decidirmos ou não por ter filhos, ao decidirmos gastar ao invés de poupar (ou o inverso), além de tantas outras decisões. O clichê “a vida é feita de escolhas” serve muito bem aqui. A questão é que essas escolhas precisam ser muito bem pensadas, pois em muitos casos, não há volta.
Assim, convido você a fazer uma viagem no tempo, uma “viagem” rumo ao futuro. Mesmo àqueles (as) que cotidianamente planejam o futuro das empresas e organizações, convido-os (as) a planejarem suas respectivas vidas pessoais. Sei que as eventualidades ocorrerão e que muitas coisas sairão distintas do que foi vislumbrado, mas por uma vida melhor e especialmente mais tranquila, sem atropelos e “incêndios a apagar”, planejar é preciso!
Fotos: Reprodução.

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