Fotos: Jean Alves.
ESPECIAL
VOLTA REDONDA
Atualizado às 16h09min.
O mundo parou e todos se viram numa recessão em que começou faltar tudo. Principalmente para quem tinha menos recursos. Esse foi um dos motivos que acendeu a vontade de três amigas de fazer algo com as próprias mãos. A pandemia levou uma assistente social, Aline Delgado, uma técnica de segurança, Pollyana Ferraz e uma profissional de transporte escolar, Bia Ferraz, a unir forças, em prol de famílias que ficaram sem emprego e sem auxílio para manter o básico.
Foi aí que surgiu a Turma do Bem – Projeto TDB. As três conseguiram mobilizar mais amigos e hoje o grupo tem cerca de 40 voluntários. O foco é angariar fundos e doações para beneficiar quem tem menos e precisa de ajuda com alimentos. Até agora, quatro meses de quarentena e isolamento social, foram mais de 10 toneladas de alimentos doados. Isso sem nenhuma ajuda do poder público.
No sábado (1), nossa equipe foi até a ocupação Dom Valdir, no bairro Belmonte, em Volta Redonda, para acompanhar uma manhã de doações. No local, que é uma área de posse, vivem 55 famílias. O que dá um total de cerca de 300 pessoas. A maioria são aposentados, profissionais de reciclagem, ambulantes e que vivem de empregos ou atividades informais.
Segundo as líderes comunitárias do Dom Valdir, Fernanda Moreira e Flávia Siqueira, qualquer ajuda é muito bem-vinda. “Muitas pessoas que estão desempregadas e quem depende da reciclagem com comércio fechado sofre também. Precisamos ser vistos e estamos aqui há três anos e pessoas como do grupo da Turma do Bem que vem sem querer nada em troca, só distribuir amor e carinho, é um privilégio para nós”, ressaltou Fernanda.
Flávia lembrou que ainda falta estrutura para o local. Além disso, a rede elétrica ainda é compartilhada e muitos ainda não tem uma casa digna para morar. “Precisamos de infraestrutura, quando chove alaga casa e apesar de tudo ainda temos pessoas que se preocupam e trazem doações. Quem puder continuar ajudando ao grupo vai contribuir com outras pessoas como nós”, lembra Flávia.
Os alimentos foram distribuídos respeitando o distanciamento social e de forma a evitar a aglomeração. Toda equipe estava de máscara para se proteger e proteger os outros. A ação do grupo começou mesmo pela internet. No entanto, elas conseguiram na primeira vaquinha online. Como resultado, elas arrecadaram quase R$ 5 mil em dinheiro. A ideia é não envolver política. Além disso, ser uma mão estendida onde o poder público não alcança.
– A intenção é fazer o bem entre amigos. Além de alimentos é tentar conseguir materiais de construção para quem precisa que não tem condições de fazer um cômodo se quer para morar. Precisamos muito de doações. Nosso trabalho é distribuir amor e um pouco de dignidade às famílias que precisam – ressaltou Bia.