Atualizado às 11h41min.

RIO DE JANEIRO
O juiz federal, Sérgio Moro, aceitou nesta quinta-feira (01), o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para assumir o ministério da Justiça. O magistrado veio ao Rio de Janeiro, onde se reuniu com o capitão reformado para ouvir a proposta.
O encontro durou cerca de 1h30min. Na saída, Moro ensaiou uma entrevista aos jornalistas. No entanto, por causa da confusão e do barulho, o magistrado deixou o local sem falar com a imprensa se havia aceitado ou não o convite do presidente eleito.
Sergio Moro é juiz da 13ª Vara Criminal de Curitiba, responsável pela primeira instância da operação Lava Jato. “O país precisa de uma agenda anticorrupção e uma agenda anticrime organizado. Se houver a possibilidade de implementação dessa agenda, com convergência de ideias, como isso ser feito, então há uma possibilidade. Mas como disse, é tudo muito prematuro”, disse, em um vídeo feito ainda no avião, quando viajava de Curitiba para o Rio.
Moro afirmou que vai se afastar das audiências da operação que já estão marcadas para “evitar controvérsias desnecessárias”. Isso significa que ele não vai ouvir o interrogatório do ex-presidente Lula, marcado para 14 de novembro.
O pacote com 70 propostas de combate à corrupção produzido pela Transparência Internacional e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), com o apoio de duas dezenas de especialistas, seria uma das plataformas de eventual gestão Moro.
Nota na Íntegra:
“Fui convidado pelo sr. Presidente eleito para ser nomeado Ministro da Justiça e da Segurança Pública na próxima gestão. Após reunião pessoal na qual foram discutidas políticas para a pasta, aceitei o honrado convite. Fiz com certo pesar pois terei que abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito a Constituição, a lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior. A Operação Lava-Jato seguirá em Curitiba com os valorosos juízes locais. De todo modo, para evitar controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas audiências. Na próxima semana, concederei entrevista coletiva com maiores detalhes”, encerrou a nota.