Atualizado às 23h57min.

RIO DE JANEIRO
Não soou nada bem o que acabou sendo publicado pelo jornal O Globo, na entrevista dada por Marcos Aurélio Carvalho, que estava recém nomeado membro da equipe de transição de governo de Jair Bolsonaro. Marcos, que é um dos sócios da empresa AM4, de Barra Mansa, no Sul do Rio, seria o responsável pela campanha digital do então candidato a presidência. Comentar tal feito não chegou bem aos ouvidos dos membros do futuro governo.
A baixa na equipe foi noticiada pelo mesmo O Globo que Marcos deu uma entrevista um dia antes (terça-feira) dizendo que “não ocuparia cargo no governo, mas que gostaria de atuar como assessor informal do presidente”. Ele é a primeira baixa da equipe recém-criada para planejar o modelo de gestão do novo governo.
As declarações do empresário não agradaram ao filho do presidente, Carlos Bolsonaro. Segundo ele, o fato de se auto afirmar como “marqueteiro digital?” não seria verdade. Ele usou o perfil dele no Twitter para atacar e criticar as declarações.

Houve um desconforto, segundo a reportagem do jornal, no núcleo de Bolsonaro e irritação do filho dele, que também é vereador na cidade do Rio de Janeiro.
Ambos os lados apresentaram razões distintas para o desligamento do empresário. Em nota, a assessoria de Jair Bolsonaro disse que “Auto intitulado conselheiro e marqueteiro digital de Bolsonaro, função que nunca ocupou, Marcos Aurélio Tavares foi exonerado do gabinete de transição de Bolsonaro no dia seguinte à sua nomeação”, dizia o texto, que troca o sobrenome de Carvalho por Tavares.
Ainda de acordo com a reportagem, a função de estrategista digital irritava o filho do presidente eleito, que era quem cuidava do perfil pessoal dos familiares, incluindo do pai. Mesmo negando que a campanha tivesse uma equipe de marketing digital, a AM4 teria recebido R$ 650 mil para prestar o serviço. Há ainda uma investigação sobre o fato e denúncias de impulssionamento irregular nas redes sociais. O filho chegou a afirmar em entrevista que cuidaria, pessoalmente, da campanha nas redes. Atualmente, Jair Bolsonaro têm 8,7 milhões de curtidas no Facebook, 2,35 milhões de seguidores no Twitter e 2,2 milhões de inscritos em seu canal no Youtube.
— Vou auxiliar na melhor comunicação desse processo de transição — resumiu. — É um processo natural. A gente ficou imerso na casa do Paulo Marinho convivendo com uma equipe reduzida, convivendo com os cabeças do partido. Para mim, foi difícil o dia seguinte. Você está naquela adrenalina, como você volta para o cotidiano normal do seu escritório? – comentou Carlos.
Mesmo depois da demissão, o empresário da AM4 divulgou uma nota onde afirma que seguirá colaborando com a equipe de Bolsonaro como voluntário. “Em função de notícias publicadas na imprensa envolvendo o meu nome, esclareço que minha participação na equipe de transição do governo federal se dará de forma voluntária. No dia de hoje, formalizei pedido para abrir mão de receber qualquer remuneração. Colaboro com a equipe de transição por acreditar no futuro governo e no intuito de contribuir com o meu país”, disse na nota. Resta saber se agora eles vão querer a filantropia oferecida pelo empresário barramansense. (Foto: Reprodução).