Atualizado às 12h50min.
VOLTA REDONDA
A sessão realizada nessa segunda-feira (07), sobre o impasse do Hospital Vita, apresentou números sobre o problema, mas pouco esclareceu se irá ou não acontecer o fechamento de uma das maiores unidades médicas de Volta Redonda-RJ.
A reunião durou pouco mais de duas horas. Esteve presente representantes do corpo clínico do hospital e o advogado da CSN, autora do processo de despejo contra do grupo Vita. Além dos vereadores, presididos por Washington Granato (PTC), os deputados, Deley de Oliveira (Federal/PTB) e Nelson Gonçalves (Estadual/PSD) também participaram da reunião. A plenária ficou cheia de profissionais de saúde, terceirizados e parentes de pacientes do hospital.
O representante do corpo técnico do hospital, Eduardo Sampaio, fez um retrospecto da unidade, que é operada pelo grupo VITA há 18 anos. Ele pediu que a transição administrativa seja feita sem que o hospital não seja fechado. “Três hospitais fecharam no ano passado. Nenhum estava em pleno funcionamento. Temos 500 empregos diretos e 200 indiretos. O corpo técnico não tinha conhecimento desse processo de inadimplência. Nem imaginava que poderia ocorrer esse despejo. Não fomos convocados para falar sobre o problema. Pedimos a ajuda da Câmara para resolver esse impasse”, declarou.
Sampaio disse que tem ciência que a solução não é simples. Ele declarou ainda que solicitou uma audiência de conciliação para tentar evitar o despejo. Ele acredita que fechado a falta do hospital poderá acarretar uma sobrecarga no sistema hospitalar da cidade. Segundo o cirurgião são 300 atendimentos no Pronto Socorro, 400 consultas de especialista, 480 cirurgias e 780 internações por mês no hospital. “Mudar sem fechar. Contamos com a sensibilidade e bom senso dos envolvidos. Não podemos ter a opção de fechar como a única medida a ser tomada pelas partes”, lamentou.
O médico Rodolfo Vasconcelos, representando o corpo clínico do Vita, leu uma carta aberta à população de Volta Redonda (Leia na integra). A carata critica o que ele chamou de “decisões equivocadas do grupo” e faz um apelo pelo não fechamento da unidade.
Representantes do grupo Vita não compareceram na sessão. O advogado da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Carlos Fernando Cardoso, esclareceu que a empresa não tem a intenção de “fechar o hospital”. Ele não deu detalhes sobre a negociação. Disse que pediu a antecipação da audiência com o juiz da 4ª Vara Cível de Volta Redonda, Roberto Henrique dos Reis, que seria na quarta-feira (16), para a próxima sexta-feira (11).
Segundo o advogado, os equipamentos foram vendidos ao grupo Vita em forma de comodato. Dividido em 10 anos e foi pago. Depois de um atraso de quatro anos nos valores de aluguel, em 2014 foi instituída a ação de despejo. Ele fez questão de ressaltar no discurso que existem sublocatários dentro do VITA. “Sabemos que a receita é bastante saudável e não vai para a empresa. A empresa está buscando uma solução da gestão administrativa, não a operacional que funciona muito bem”, afirmou. O advogado disse que o hospital deve algo em torno de R$ 44 milhões a CSN. No fim da reunião o advogado falou ao SUL FLUMINENSE ONLINE que não estava autorizado a dar entrevista.
Segundo o presidente da Câmara, Washington Granato (PTC), o grupo Vita deve ao município pouco mais de R$ 17 milhões de imposto. “Estamos abertos a conversar. A empresa está sempre ouvindo e a última coisa que a empresa quer é o fechamento do hospital. Caso haja possibilidade podemos trocar o pneu com o carro em movimento”, declarou o advogado, comparando caso tenha que mudar a gestão com o hospital em operação.
Vários vereadores lamentaram a situação e pediram que o hospital não pare de operar. O vereador Sidney Dinho (PEN) foi um dos que reforçaram o discurso de que a Câmara não vai aceitar que a unidade seja fechada. “Ninguém do grupo VITA está aqui. Isso nos deixa indignado. Nenhum vereador que aqui foi omisso desde que tomamos conhecimento do problema”, comentou.