Atualizado às 10h30min.
BARRA MANSA
O estudante Daniel de Souza, de 19 anos, imprimiu cerca de 30 currículos e começou sua peregrinação pelas lojas de Barra Mansa e região. O objetivo é conquistar uma vaga de emprego no comércio neste final de ano. Desempregado há seis meses, ele busca um serviço temporário no varejo na época em que as lojas começam a reforçar as equipes para as vendas de Natal. Não desanima Daniel, de acordo com a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Barra Mansa estima que as vagas esse ano devem aumentar em até 20%. Boa parte desses trabalhadores conseguem se manter nos postos de trabalho ao final do contrato.
O mês de dezembro é considerado o mais lucrativo para o setor varejista e as vendas de Natal representam 30% do faturamento de todo o ano. O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Câmara Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) cogitam a abertura de 51 mil vagas extras em todo o país. De acordo com a Fecomércio, entre os segmentos, as lojas de calçados e acessórios demonstram maior intenção de contratação temporária (36%), seguidas por livrarias e papelarias (20%); brinquedos (19%); floricultura e cestas (15%); chocolataria (15%); vestuário (11%); artigos para presente (11%); perfumaria e cosméticos (10%); eletroeletrônicos (8%); e joalherias (6%).
Ainda de acordo com a pesquisa da CNDL, sobre o perfil do trabalhador a ser contratado, 55% dos empresários procuram profissionais que tenham até 34 anos de idade e 44% exigem pelo menos o ensino médio completo. Há uma preferência por mulheres: 52% dos entrevistados optam por contratar moças, enquanto para 27% dos empresários o gênero não importa. Quanto aos cargos em oferta, 51% serão preenchidos por vendedores; 15% por balconistas; 15% por ajudantes de estoque e serviços gerais; e 11% por caixas. Mais da metade (54%) dos comerciantes afirmou que faria as contratações até outubro, mas 21% deixariam para preencher as vagas em novembro e outros 17% em dezembro. E, atenção: 29% dos empresários afirmam que podem efetivar os funcionários após o período natalino.
Para o presidente da CDL-BM, Xisto Vieira Neto, as contratações temporárias podem representar, não apenas uma renda extra, mas a oportunidade de reinserção ou primeiro emprego. “Passamos por um longo período de mercado desaquecido, onde as empresas demitiram muito. Agora que, aos poucos, a economia está retomando o fôlego. Vejo grandes oportunidades para quem procura uma colocação efetiva no mercado. Muitas vagas temporárias acabam por se tornar efetivas. O empresário não abrirá mão de um funcionário que, mesmo tendo sido contratado por um tempo determinado, se destaque. O nível de desemprego está alto, no entanto, as empresas carecem de bons trabalhadores, que tenham disposição e responsabilidade”, explicou.
Xisto lembra ainda que é preciso se esforçar nesse período temporário para que a vaga se torne definitiva. “Mais do que considerá-lo como emprego certo, trabalhe como se a empresa fosse sua, sendo proativo, produtivo, pontual, se dedicando de forma verdadeira ao que se propõe a fazer. Para bons profissionais, sempre existirá emprego”, destacou.