Atualizado às 16h40min.
BARRA MANSA
Foi decretada a prisão de cinco dos sete envolvidos na morte do policial militar Eleonardo da Silva Félix, de 31 anos, nessa quarta-feira (15). O crime aconteceu em um posto de combustíveis na noite do último domingo (12), no local conhecido com “Retorno”, próximo à Vila Degaldo, em Barra Mansa-RJ.
Já somam três suspeitos presos até a publicação desta notícia. Dois foram detidos na tarde dessa terça (14), pela PM em Volta Redonda-RJ. Elessandro Moreira Lima, o “Zoreia”, de 38 anos, preso em casa no Açude II, e Ricardo Santos de Oliveira, o “Timtim”, de 26, detido dentro da CSN, onde trabalhava como metalúrgico. Outro homem foi preso no Getúlio Vargas, em Barra Mansa, mas a identidade dele ainda não foi divulgada.
Segundo a polícia, os dois presos teriam sido reconhecidos por vítimas rendidas no posto na hora do assalto. Timtim nega envolvimento nos crimes. Zoreia também nega que estava no local. De acordo com a polícia, horas depois de ser preso, Zoreia confessou que teria participado do crime e pelo menos outros seis homens também atuaram no assalto. Ele teria confessado na delegacia quem são os outros suspeitos. Dois apenas não estariam identificados ainda.
A polícia informou ainda que ele contou detalhes do assalto. O delegado confirmou que R$ 30 mil teriam sido levados do posto. Os bandidos ainda levaram o gravador das imagens das câmeras de segurança do local.
“Dei o primeiro tiro”, confessou
Zoreia, segundo a polícia, disse que é o autor do primeiro disparo que acertou a perna do policial. Segundo ele, o bando notou que o PM chegou ao posto de moto e teria se identificado para tentar impedir o assalto. Após o primeiro disparo todos atiraram contra o policial. Em depoimento ele disse ainda que depois do policial ferido, um dos bandidos teria atirado na cabeça de Léo à queima roupa. O policial não resistiu e morreu horas depois na Santa Casa de Misericórdia, em decorrência dos 14 disparos que o atingiu.
Além de Zoreia e Timtim, a polícia já identificou Maxson Weslei Soares de Oliveira, o “Peca”, e Gladston Barbosa Pedroso, o “Tatape”, que também são moradores do Açude, e Lucas Ferreira da Silva, conhecido como “Gambá”. Os outros dois suspeitos, Zoreia deu apenas descrição física. Segundo ele não conhecia quem eram até o dia do crime.
O delegado Ronaldo Brito, da 90ª DP, relatou no inquérito que Zoreia colaborou com as investigações. Ele informou ao juiz em um termo que foi assinado pelo advogado, já que o suspeito não sabe ler nem escrever.
Sete pistolas e um destino: ROUBAR E MATAR
O suspeito confessou contou na delegacia que foi criado com dois dos suspeitos procurados. Peca e Tatape teriam convidado Zoreia para participar do assalto um dia antes do crime. Eles teriam oferecido R$ 5 mil pelo “serviço”. Tatape foi quem chamou os amigos para o assalto. Segundo o preso, ele teria explicado que outros quatro homens estariam avisados e ajudariam na ação. Todos eram de Barra Mansa. Ele não soube dizer quem informou quanto teria no cofre do posto.
Na manhã de domingo (12), eles se organizaram e definiram o horário que iriam para o posto. Eles teriam usado um Pálio. Tatape foi no banco do motorista. Eles pararam em um terreno baldio perto do posto, onde os outros quatro suspeitos esperavam.
Segundo Zoreia, cada um estava com um pistola. A arma de Timtim teria um carregador prolongado, capaz de disparar mais tiros sem precisar recarregar.
O assalto
Eles chegaram a pé pelos dois lados do posto. Parte teria ficado no pátio do posto e outros renderam um idoso que estava com as chaves dos cofres. Eles subiram até o escritório e arrombaram a porta. O homem, de 71 anos, foi agredido para entregar as chaves e senhas. Zoreia disse que foi Timtim quem teria percebido a chegada de moto do policial ao posto.
Teria sido Timtim que atirou contra o policial, enquanto caminhava em direção a ele. Porém, Peca que teria atirado à queima roupa, na cabeça, contra o policial, de acordo com o depoimento. Ele ainda teria levado a arma de Léo.
Os três amigos do Açude teriam fugido no Pálio. Não se sabe em que veículo estava os outros suspeitos. Zoreia disse ainda que não havia visto, desde o assalto, os demais cúmplice do crime, nem teria recebido a parte dele do dinheiro. Apenas teria ficado sabendo que eles usaram um fusca para fugir.