Atualizado às 19h43min.
VOLTA REDONDA
Depois do anúncio do adiamento, por tempo indeterminado, a Diocese Barra do Piraí/Volta Redonda, organizou uma passeata para protestar contra a medida. Cerca de 1500 pessoas, segundo os organizadores, participaram na tarde desta segunda-feira (16), da “Marcha pelo Emprego e pela Vida: salvemos o turno das 6 horas”. O movimento aconteceu na Vila Santa Cecília, em Volta Redonda.
A Marcha foi uma convocação feita pelo bispo diocesano, dom Francisco Biasin, por meio de carta enviada a todas as paróquias da diocese, em defesa da manutenção do turno de revezamento de seis horas na CSN e na defesa do emprego e da qualidade de vida dos trabalhadores e suas famílias. Um coletivo foi criado para junto com a Igreja Católica organizar o ato que tomou proporções maiores com a adesão de diversos grupos, entidades e movimentos.
“Queremos manifestar o nosso repúdio às medidas que ameaçam a dignidade da pessoa humana, reforçar a nossa solidariedade aos trabalhadores da CSN e às suas famílias e, enfim, declarar abertamente a primazia da pessoa sobre qualquer sistema, do trabalho sobre o lucro, da vida sobre o capital”, disse dom Francisco.
A concentração da marcha foi na Igreja Santa Cecília, onde fica a cripta de Dom Waldyr Calheiros, presença marcante na luta pelos direitos dos trabalhadores na cidade, conhecido internacionalmente por essa representatividade.
A marcha foi conduzida pelo padre Juarez Sampaio, que ao longo do percurso passou a palavra para representantes das demais instituições. “Esse nosso ato hoje é para fazer memória e para lembrar aqueles que querem mudar aquilo que não foi presente, mas conquista de luta, que não vai ser fácil assim como pensam. Porque nós temos memória e nós vamos lutar para fazer valer o direito do trabalhador. E o sangue derramado do William, Valmir e Barroso não pode ser em vão. Estamos aqui para dizer sim pela vida, sim pelo emprego e não pela implantação do turno de oito horas”, disse padre Juarez.
O grupo seguiu em caminhada pela Rua 33 com palavras de ordem pela permanência dos direitos adquiridos e denunciando qualquer forma de repressão e desrespeito. Desta forma seguiram até a Praça Juarez Antunes, próxima à passarela da CSN onde foi aberta à palavra para os diversos representantes de entidades.
De acordo com Nicholas Coutinho, coordenador diocesano da Pastoral Operária, o ato desta segunda-feira é o desdobramento de uma tentativa de reorganização de diversas entidades na luta pelos direitos do trabalhador. “A gente teve um período longo desde a década de 1990 em que esse tipo de ação ficou um pouco adormecida. Então a gente está tentando se rearticular. Com a implantação do turno de oito horas tememos por demissões e a instabilidade que essas demissões podem causar nas famílias e na economia da cidade no geral”, disse Coutinho.