– ESPECIAL –
Atualizado às 22h06min.
RESENDE
O comando do 37º Batalhão de Polícia Militar (BPM), o Batalhão das Agulhas Negras, realizou nesta segunda-feira (18), a festa de confraternização da tropa pelo ano de 2017. O SUL FLUMINENSE ONLINE foi convidado EXCLUSIVO do evento. A festa foi no clube Casa da Lua, no bairro Jardim Aliança II, em Resende-RJ.
Cerca de 250 pessoas, entre policiais, familiares e convidados, puderam curtir um dia de diversão, brincadeiras e alegria. A festa começou por volta das 10h da manhã e se estendeu por toda tarde. Área de piscina, arvorismo, brinquedos infláveis e até o papai Noel apareceu para distribuir brindes às crianças, adolescentes e adultos.
O Batalhão das Agulhas Negras completou 15 anos em agosto. Há um ano e meio é comandado pelo tenente-coronel Rogério Jackes da Silva. São 350 homens, divididos em três companhias, na cobertura de Resende, Itatiaia, Porto Real e Quatis. O comandante nos recebeu e contou dos desafios que a tropa tem para manter o policiamento de qualidade e aumentar a sensação de segurança da população atendida pelo batalhão.
– Foi um ano difícil sim, mas temos muito que comemorar. Conseguimos manter os números de 2016. Convictos de que combatemos o crime, mesmo com dificuldades, superamos. Infelizmente, ainda, o tráfico de drogas é o maior problema na nossa cidade e em todo Estado. Ano que vem, já temos boas notícias. Como o início do projeto de manutenção regular das viaturas. Isso vai ajudar muito no policiamento constante, nas cidades do batalhão atua. Essa festa é para comemorar o ano de trabalho e as conquistas de 2017 – ressaltou o comandante.
O responsável pelo setor de relações públicas do 37º BPM, o tenente Sandro, disse que há muito o que comemorar. Ele acredita que o relacionamento polícia/população tem surtido efeito e mantido o batalhão na mesma média de 2016. “Muitas ações que resultaram em prisões é fruto da parceria com a população. As pessoas precisam confiar mais no trabalho da Polícia Militar. Sonhamos com uma região em paz. Assim como reinava em um passado próximo”, enfatizou.
Apoios diante da crise
Mesmo sem muitos recursos, o comandante do batalhão disse ser importante reunir a tropa para comemorar. O desafio é fazer isso em um ano de dificuldades financeiras que o Estado enfrenta. A saída é reunir o maior número de apoiadores possíveis. Aí entra o trabalho de credibilidade e reconhecimento do trabalho bem feito.
Muitos doaram parte do tempo ou até a própria atividade de negócio em prol da festa. O 3º sargento Militão, é dono da Milênio Brinquedos, empresa que aluga brinquedos infláveis. Ele fez questão de apoiar a comemoração. “É uma satisfação ver todos se divertindo. Eu acabo me divertindo e aproveito com eles. Sem falar que divulgamos a empresa também”, destacou.
Muitas empresas ajudaram para que a festa pudesse acontecer. São elas a montadora Peugeot, Casa da Picanha, Casa da Lua, Mercado Alegria, Viação São Miguel, Lena Bufê, Refrigerantes Mantiqueira, Forte Mix, Engemix, Dário Tavares, Bambini Picolés e Milênio Brinquedos. “Além de voluntários e outras pessoas que ajudaram par que a festa acontecesse”, lembrou um dos policiais da organização.
Diversão em família
Para muitos policiais, a festa é um momento para esquecer dias ruins e esperar o melhor para o ano que vem. É o caso do 2º sargento Rogério. Policial há 20 anos, hoje atua com auxiliar na P3, divisão do batalhão que cuida da ordenação do efetivo, de acordo com as regiões com maior ou menor índice de crimes. Ele garante que o que diferencia o 37º BPM é a forma como os policiais atuam. “Aqui é diferente. Quantas e quantas vezes muitos desses homens, de folga, foram ajudar outros colegas em uma ocorrência. Nesse momento aqui de festa, se chegasse a informação que algum policial está em perigo, acredito que a festa ficaria vazia”, descontraiu ao fazer votos que o atual comando permaneça. “Nosso comandante tem uma forma honesta e humana de comandar. Espero que ele permaneça em 2018”, pediu.
Opinião que o 2º sargento Vandro, também com duas décadas de PM, compartilha. “Uma festa assim demonstra o companheirismo que os policiais do 37º BPM tem. Esse momento é extremamente importante para que nas ocorrências do dia a dia haja ainda mais parceria e amizade. Trouxe minha família porque sei que é uma festa para nossos familiares e amigos”, destacou.
Olhar cidadão
Há dois meses um caso comoveu todo batalhão. Tia e o sobrinho acabaram sendo atingidos por uma viatura que capotou, em uma rua do bairro Jardim Alegria, no início de outubro. Infelizmente, a jovem, de 19 anos, faleceu depois de quase dois meses internada, com traumatismo craniano. O pequeno Marcelo, de 04 anos, fraturou os dois fêrmures e hoje se recupera bem. Fatalidade, que hoje une a família ao batalhão.
A dona de casa, Patrícia Lessa de Oliveira, mãe do Marcelinho, estava grávida do terceiro filho, quando o acidente aconteceu. Eles foram os convidados especiais da festa. Pouco depois do ocorrido, vários policiais decidiram apoiar a família. Patrícia conversou com o SFO e disse que a imprensa da cidade destorceu muito o que de fato aconteceu. “Dissemos que a PM estava apoiando o Marcelo com o que ele precisava. Até conseguir uma fisioterapeuta que ficou com ele no início eles conseguiram. Doações de fraudas e outras coisas que ele precisava, eles arrumaram. Até hoje eles ajudam. Só tenho a agradecer, apesar da tristeza”, afirmou. A avó de Marcelo, dona Márcia, também disse que o apoio ajuda amenizar o trauma. “Nada vai apagar o que aconteceu, mas esse carinho ajuda muito”, disse emocionada.
A amizade cresceu tanto, que o tenente Sandro (P5) foi convidado para ser padrinho do irmão recém-nascido do pequeno Marcelo.