Atualizado às 21h15min.
VOLTA REDONDA
A prefeitura de Volta Redonda recebeu, na tarde dessa sexta-feira (23), em definitivo, as chaves e carta de arrematação do Hospital Santa Margarida, no bairro Niterói. Comprado por 11 milhões em um leilão, a unidade deverá ser reaberta até o fim do ano – depois de fechado por três anos – como um “braço” do atendimento do Hospital São João Batista (HSJB).
A reabertura se dará de forma gradual. Primeiro serão dois andares, revelou o prefeito durante a entrega das chaves. O ato foi feito pelo administrador judicial Antônio Cesar, representando o juiz da 1ª Vara Cível de Volta Redonda, Luiz Cláudio Alves, que definiu como inteligente a compra da unidade pela prefeitura. “Um feliz casamento. O valor pago quitará 100% os débitos trabalhistas e todo o dinheiro ficará na cidade. Porque os funcionários são daqui. O documento entregue hoje dá plenos poderes para a prefeitura começar as atividades no prédio que agora é público e não mais privado”, ressaltou.
A entrega foi feita ao prefeito Samuca Silva (PODEMOS) e ao Secretário de Saúde, Alfredo Peixoto. A entrega foi acompanhada por membros da SMS, o vereador Edson Quinto (PP), o secretário de Comunicação, Adriano Lizarelli e o comandante da Guarda Municipal Paulo Dalboni.
A prefeitura disse que começa o trabalho de limpeza do prédio na próxima segunda-feira (26). Ainda será preciso um investimento entre R$ 3,5 e R$ 5 milhões para o hospital funcione em 100% da capacidade. Os valores foram apresentados pelo secretário de Saúde, Alfredo Peixoto. Segundo ele, o hospital “é o mais bem equipado da região na atualidade”.
“Sem dúvida é a melhor estrutura hospital da região no momento. Em nenhuma cidade existe um hospital, público ou privado, com os equipamentos e a estrutura que tem adormecida aqui dentro. Será uma unidade de porta fechada. Como o Hospital do Idoso. Teremos até 200 leitos aqui. Isso significa dobrar a capacidade que temos hoje. Estamos estudando a possibilidade de trazer a secretaria para cá e já começamos processos, junto ao Ministério da Saúde, para trazer mais recursos federais para gerir o hospital”, destacou.
Samuca se mostrou otimista com o novo hospital. Arrematado por R$ 11 milhões, R$ 6,5 milhões à vista e o restante parcelado. Porém, somando equipamentos e estrutura, o hospital vale R$ 22,5 milhões, segundo avaliou a Justiça. Maquinário, Centro Cirúrgico e outros equipamentos únicos na cidade, de acordo com o prefeito, foram adquiridos na compra. Como por exemplo, 14 máquinas de hemodiálise que poderão ser usadas. Equipamentos de pequeno porte, como desfibrilador e respiradores já foram alocados em unidades como o Cais Conforto, Cais Aterrado e Hospital Munir Rafful, no Retiro. A unidade fará atendimento ambulatoriais, leitos de clínica médica, centro de imagem e unidade coronariana para doenças cardíacas.
O secretário disse que há pouco a se fazer na estrutura do prédio, que estaria “intacta”, segundo ele. Tubos de cobre e fiação do prédio foram furtadas. Isso precisará ser reposta para estabelecer a energia elétrica.
– Volta Redonda está na contramão do Estado do RJ. Abrimos dois hospitais que estavam fechados, enquanto temos na capital unidade fechando. É uma atitude corajoso do prefeito – afirmou Alfredo.
Samuca garante que o custo com servidores da saúde não mudará. Somente na área administrativa, que poderá ser contratada. A estratégia será remanejar os profissionais que já trabalham na saúde para o Santa Margarida, que permanece com o mesmo nome. Apesar da ligação com o Hospital São João Batista.
– O gasto já existe. Não vamos gastar mais com pessoal de saúde no primeiro momento. Vamos avaliar o funcionamento e fazer as adequações que estamos planejando. Aumenta numa ponta, pode aumentar na outra. A medida que se abre mais vagas, poderemos receber ainda mais demanda – frisou o prefeito.
Hospital Regional abre em março?
Samuca comentou, durante a conversa com a imprensa, que teme o início das atividades “sem um cronograma de regulação” pré-definido pelo Governo do Estado para o Hospital Regional. Ele disse ainda que esteve, nessa quinta (22), com o governador Luiz Fernando Pezão, em que disse da insatisfação pela não existência de um “plano operativo”. O hospital faz parte do Cismepa (Consórcio Integrado de Saúde do Vale do Paraíba) e vai atender 11 municípios da região.
– Como município que somos, temos que discutir com a população a abertura desse hospital. A população vai ver um hospital aberto, mas não terão todos os serviços lá. Defendo que temos que abrir. Porém a preocupação de como vai se regular um paciente que não poderá ser atendido lá. Eu defendo que uma empresa privada gerencie o hospital. Existe uma licitação, mas tudo é com o governo do estado. Temos que ter um protocolo muito bem planejado antes de abrir. Isso que eu defendo – concluiu Samuca.